Ultimamente, depois da inevitável reviravolta (aka formatura), tenho pensando bastante sobre as conexões humanas. Esse período de transição me fez refletir sobre a fluidez das relações, suas funcionalidades, sobre estações e sobre a minha própria atitude diante disso tudo. Depois de tanto tempo sem escrever, não pretendo me deter nas divagações mais profundas do tema, até porque o momento é, pra mim, de praticidade.
Bem nessa vibe de ir direto ao ponto afirmo, sem a menor categoria, que saber quando 'deixar ir' e quando 'lutar por' não é nada mamão com açúcar. O fato é que acredito - e tenho fortes motivos para!- que sempre, por mais interferência do inconsciente, das estrelas, da falta (ou excesso) de atenção, do destino traçado, das mais terríveis circunstâncias possíveis, há espaço para a escolha, há um momento de decisão. E se abster de fazê-la já é fazê-la! Pra mim, o tal destino sempre há de aceitar uma parcela de interação com minhas habilidades, esforços e decisões.
Lembrando de obviedades, tenho dito para mim mesma no espelho - ou na cama olhando pro teto: a escolha de uma relação tem que ser compartilhada! não há como conectar-se ao outro por imposição! mas tá. e ai? Tais palavras trazem certo conforto quando não se tem mais energia pra investir em pessoas e quando se precisa de um motivo pra deixar ir sem culpa. No entanto, como boa control freak que sou, insisto em olhar esses movimentos da vida por um outro ângulo.
Algumas pessoas estão por perto em algumas estações e vão para longe em outras. isso não diminui o valor delas em nossa trajetória. mas daí a vida muda, a Terra roda e elas (des)aparecem.
De tanto pensar nisso cheguei a conclusão de que a vida tem lá seus movimentos esquisitos e que, pra mim em toda a minha introversão, não é tão possível manter uma conexão profunda e intensa com todas as pessoas que amo o tempo todo. e que esses movimentos não afetam em quase nada o sentimento. o quase está ai porque sentir falta faz parte e fazer as pazes com isso é bom.
A relevância dessas palavras está na descoberta de que, de novo, focar no que eu gostaria que fosse só é saudável quando impulsiona o movimento, a mudança. e que mais importante do que saber como que gostaria que minha relação fosse com x ou y é saber o que eu posso fazer para que essa relação seja um pouquinho mais positiva, forte e saudável. e que, se no final das contas eu perceber que meus esforços e investimentos foram em vão, no sentido de não terem produzido os frutos que eu gostaria de ter colhido naquela relação específica, eles não foram em vão de forma alguma se tiverem produzido mudança de caráter e de atitude em mim mesma. e ai vem a conclusão-brilhante-mas-nada-original, eu sempre posso ser e oferecer aquilo que espero e que gostaria de receber do próximo.
Por isso, se algo realmente te faz sentir insatisfeito, antes de pensar em todos empecilhos que o compartilhamento da responsabilidade e da decisão sobre esse algo trazem para a resolução do problema, pense em como vc pode se posicionar para construir 'o que vc gostaria que fosse'. Porque é exatamente quando o mundo lhe parece feio e as relações desgastadas que vc tem a oportunidade de agir e ser o que não tem encontrado lá fora.
e se um dia vc sentir falta de pessoas e causas que valham a pena, se olhe no espelho e faça dessa pessoa exatamente isso: algo que valha a pena. pq melhor é ser do que esperar.
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